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Bruno's avatar

Primeiro texto seu que leio, Diogo. Gostei muito. Acredito que, em nossos tempos, já há ao menos mais uma categoria - algo como uma "Iatrogenia Pandêmica", talvez. É assustador o quanto a pandemia (e tudo o que a envolveu, em termos socioculturais) fez crescer a busca por proteção médica, o medo da morte etc.

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Nathália's avatar

Excelente reflexão. Minha avó teve câncer (mieloma múltiplo). Quando descobriram, fizeram um alarde para que ela se internasse no mesmo dia, a fim de começar a químio o quanto antes. Bom, ela estava ótima até então. 85 anos, morava só, super independente, ninguém dizia a idade. Entrou no hospital alegre, andando e sorridente. Na internação, pegou uma infecção intestinal grave, e o remédio para combatê-la causou convulsões tão sérias que ela precisou ser induzida ao coma. Ficou cerca de 1 mês assim. Depois de se recuperar do coma, minha vó não era mais a mesma: não podia mais ficar sozinha e dependia da família para tudo. As químios parece que a levaram ainda mais rápido... Em seis meses, ela se foi e foi bem debilitada. Outros meses depois, descubro que o câncer no estágio do dela não teria chance de cura e os cuidados paliativos teriam lhe proporcionado mais qualidade de vida e, talvez, até mais tempo conosco. Nada me tira da cabeça que foi um caso de iatrogenia... (E o médico que insistiu na internação sequer foi vê-la no fim da vida ou nos mandou alguma mensagem de pêsames.)

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